O ano começa a mil à hora e neste mês de Janeiro tivemos o prazer de colaborar com a Joana Diogo, fundadora da Habitat Improver, numa montra inspirada no Art Deco. Planeamos tudo até ao mais ínfimo pormenor e claro que não podíamos deixar de fazer umas perguntas à Joana sobre si e o seu projeto.

Em pequena vivi num ambiente muito estimulante ao nível das artes, os meus pais tinham hobbies muito criativos: a minha mãe era muito “crafty” e o meu pai pintava aguarelas e fazia esculturas. Em casa havia pintura decorativa nas paredes e móveis reciclados com muito estilo misturados com peças de design. O meu quarto e o da minha irmã sempre foi transformado e decorado consoante as nossas idades e seria, hoje em dia, digno de revista de decoração. Além disso, durante o curso de arquitetura tive que fazer muitas maquetas de projetos e isso apurou-me o gosto pelo trabalho manual. Por isso, o meu interesse nas artes aplicadas e na transformação dos móveis esteve intrínseco desde muito cedo e a criação da Habitat Improver foi um passo natural na minha vida profissional.

Estudei arquitetura na faculdade e sempre me interessei pela área de reabilitação de edifícios e pelo design de interiores. Trabalhar com uma pré-existência como base de partida, dar a volta a isso com criatividade foi sempre o que gostei. Desde cedo me apercebi que o “antes e depois” nestas duas áreas tinham tempos muito diferentes e por isso decidi explorar o lado da decoração de interiores onde a escala do objecto é mais pequena, ou como digo muitas vezes: a escala do parafuso.

Durante seis anos trabalhei em gestão de projeto/obra, através de uma bolsa da Gulbenkian tive a oportunidade de fazer uma formação intensiva em restauro de madeira em Itália, que me abriu as portas ao mundo dos artesãos. Visitei várias feiras de decoração fora de Portugal para inspiração, contactei vários gabinetes de design de interiores e fiz um curso em técnicas de pintura decorativa para poder ter o meu próprio atelier e trabalhar diretamente com gabinetes de decoração.

E como é que surgiu o projeto da Habitar Improver?
O projeto surgiu em 2009. Quando fundei a Habitat Improver, havia apenas quem fizesse pintura decorativa mural e pintura de móveis com registos muito clássicos. A Habitat Improver surgiu para inovar e atualizar técnicas decorativas clássicas, exclusivamente manuais, com uma abordagem visual muito diferente, eclética e personalizada, o nosso propósito é dar resposta a um pedido de peças “one-of-a-kind” que tem vindo a crescer por parte dos nossos clientes.

A Habitat Improver é um atelier privado cujo conceito é fornecer um serviço personalizado de restyling de mobiliário e de artes aplicadas com técnicas decorativas manuais, acabamentos e materiais escolhidos em interacção com o cliente. Uma mistura de artista e artesão, se assim lhe quisermos chamar. Adaptamo-nos ao gosto de cada cliente, ao pesquisar conceitos/elementos para cada projeto e apresentar várias técnicas/materiais de restyling envolvidos no resultado final como elemento diferenciador. 

 

Quais são as principais falhas que vê no mercado e o que acha da situação em Portugal em termos de oferta-procura? O que faria em termos de evolução da empresa?
De um modo geral, noto um grande interesse pelo estilo retro/vintage e há muita oferta de mobiliário e elementos em 2ª mão dos anos 60/70 que está a saturar o mercado. Com a expansão do turismo no nosso país, por exemplo, ao nível da decoração de novas unidades hoteleiras, muitas optam por decorar os seus espaços com estas mesmas peças retro, em vez de criarem mobiliário de raiz.  Infelizmente temos vindo a perder a personalização de peças, e é uma pena, porque todos os artesãos e carpintarias que temos no nosso país têm um valor imenso e fazem um trabalho extraordinário. Mas há exceções e exemplos surpreendentes de projetos de interiores verdadeiramente “haute couture”.

Hoje em dia acho importante que as empresas colaborem com marcas e artistas com os quais se identificam. Os negócios têm de evoluir e crescer. Neste momento a minha preocupação é aumentar o portfólio de peças “restyled by Habitat Improver” para venda que têm sido cada vez mais procurados. Mais tarde pretendo ter tempo para explorar a área do “homestaging”, ou seja expandir o conceito do “improvement” a todo o “habitat”/espaço. 

De todos os projetos Habitat improver queremos saber qual o que mais gostou de fazer?

Esta colaboração com a Nomalism está a revelar-se uma experiência muito enriquecedora e alinhada com o conceito da Habitat Improver. O mundo dos tecidos e papéis de parede é fascinante e trabalhar com padrões, cores e texturas é, sem dúvida, o que mais gosto de fazer!

Em projetos passados: o restyling do piano de cauda para o Hotel Bela Vista and Spa no Algarve, premiado várias vezes; e a linha de candeeiros e espelhos que desenvolvi para a loja Rice na Comporta e que representa bem o espírito daquela zona.

 

2016 starts with a Bang! This January we had the chance to collaborate with Joana Diogo, founder of Habitat Improver, a showcase inspired by Art Deco. We planned everything down to the smallest detail and we couldn't let Joana go without asking some questions about her and her project.

We want to know more about you, your history, career, when did you start being passionate about interior design?
When I was a child I lived in a very encouraging arts environment, my parents had very creative hobbies: my mother was a very crafty person and my father used to paint and sculpture. I had decorative paintings and recycled furniture all over the place, mixed with design pieces. Our bedroom (my sister’s and mine) has always been decorated according to our ages, and nowadays it could perfectly be featured in a decor magazine. 

I pursuited architecture in college and during the course I had to make a lot of mockups to different projects so this was when I discovered a taste for more refined arts and crafts. So my interest for the transformation of furniture was always there, I just needed a little push. 

After that I worked in project management for six years, did an intensive course in wood restoration, in Italy, through a Gulbenkian scholarship. I visited several decoration fairs outside of Portugal for inspiration, contacted several interior design offices, made a course in decorative painting techniques in order to have my own studio and work directly with interior design ateliers. So basically the foundation of Habitat Improver was a natural step in my professional life after all of this.

How was “Habitat Improver” project born?
The project started in 2009. When I founded Habitat Improver, I realized that were only two kinds of arts men, the ones that do restoration and the ones that  do decorative painting on furniture, and all of them use  very classic techniques. Habitat Improver came to innovate and update classic decorative techniques, with a twist on its visual approach, turning it on something eclectic and custom made. Our purpose is to respond to "one-of-a-kind" pieces requested by the general public.

So Habitat Improver is pretty much a private studio whose concept is to provide a personalized service, restyled furniture and decorative arts applied with manual techniques, finishes and materials chosen along with the customer. A mixture of artist and craftsman. We adapt to the taste of each client by researching concepts and elements for each project and presenting various techniques and materials involved in the final result as a differentiating element.

Which  flaws do you identify in fair trade and what’s your opinion of the current situation in Portugal in terms of supply and demand? What would you do to evolve your company in that matter?
Generally speaking, I notice a great interest in the retro / vintage style and there is a large supply of furniture and elements 2nd hand of the sixties and seventies. With the expansion of tourism in our country, hotels choose to decorate their spaces with these second hand pieces rather than creating it from scratch. Unfortunately for our artisans and carpentry, which have an immense value and do an outstanding job, this custom made approach is slowly fading away. But there are exceptions and surprising examples of interior designs truly "haute couture".

Nowadays I find it important that companies collaborate with brands and artists which they identify with. Businesses need to evolve and grow. Right now my concern is to increase the company portfolio - "restyled by Habitat Improver". Later on I want to explore “​​homestaging” in other words expand the concept of "improvement" at all "habitats".

We want to know which project you enjoyed the most. Can you tell us?
This collaboration with Nomalism is proving to be a very enriching experience. The world of fabrics and wallpapers is fascinating and to be able to work with patterns, colors and textures is undoubtedly what I like to do! In past projects: the Grand Piano restyling for the Bela Vista Hotel and Spa in Algarve, awarded several times; and the line of lamps and mirrors developed for Rice shop in Comporta.