Sobre a Maria Modista || About Maria Modista
Wednesday, March 16, 2016
Desistiu da contabilidade para tornar os seus sonhos realidade e partiu em busca de um caminho pelo qual se apaixonou em criança. A Filipa é a fundadora da "Maria Modista", uma escola de costura e uma família que têm em comum a paixão pela criatividade e acima de tudo pelos tecidos que lhe dão forma. Já todos nós ouvimos falar deste fantástico projeto, mas há sempre curiosidade no desconhecido e naquilo que não sabemos se não perguntarmos. Assim sendo estivemos à conversa com a Fundadora do Projeto, que é uma inspiração e uma bomba de energia.
De onde vem a tua paixão por costura?
Vem de pequenina quando costurava com a minha avó e fazia as roupas para as bonecas, e depois nunca deixei de mexer na máquina de costura, entretanto havia aquela moda das calças apertadas, e eu apertava as minhas calças e as das minhas amigas. O meu pai trazia imensos tecidos de Angola e eu inventava saias, sem moldes sem nada, inventava roupa e até não ficava nada mal, costurava os fechos, aprendia tudo sozinha, sem ninguém me ensinar.
Depois fui para a faculdade e tirei gestão, que não tem nada a ver. Um dia fartei-me da contabilidade e decidi abrir o meu próprio negócio, algo que se relacionasse com uma paixão, e a primeira coisa que me veio à cabeça foi costura e roupa.
A escola é uma mistura entre costurar com paixão e fazer coisas originais e diferentes das lojas, começou por ser tudo muito familiar, e ainda hoje tentamos manter esse registo. De vez em quando aparecem alunas só para meter a conversa em dia. Foi por isso que tudo começou.
Como surgiu o nome Maria Modista?
O nome foi escolhido à segunda tentativa, eu queria um nome muito português, porque era uma iniciativa nova, na altura não existiam escolas de costura e é sempre uma vertente que remete para a avó. E então lembrei-me de um nome tipicamente português, Maria, e depois em conversa com uma amiga ela disse: “ Olha Maria Costureira” e eu respondi: “Não! Maria Modista!” e foi assim que surgiu o nome.
Quase toda a tua roupa é feita por ti?
Sim, podemos dizer que sim, a maior parte. Hoje em dia vou a uma loja e penso “isto é tão caro eu consigo fazer isto por um preço mais acessível” ou “que mal feitinho, consigo fazer esta peça melhor, noutra cor até mais gira”. Eu gosto de roupa, estou sempre atenta a blogues, revistas, lojas, tendências – gosto da moda. Se vir numa revista um vestido que gosto, a minha reação é “aii tão giro, vou fazer um do género!”. Por isso acabo por comprar pouco.
Sentes que há uma grande necessidade no que toca a aprender a costurar nos dias de hoje?
Eu não diria necessidade, mas sim curiosidade. Quando abri a Maria modista pensava que era um fio num palheiro, que só eu é que queria fazer destas coisas, mas de repente vi que a procura começou a ser muita e afinal há muita gente com o mesmo gosto que eu.
Entretanto já abriram escolas fora de Lisboa. Como é que surgiu essa oportunidade?
Surgiu pela procura. Tínhamos sempre a caixa de e-mail cheia! “ Quando é que vêm ao Porto? A Cascais?”, entre muitos mais sítios. Começamos por abrir em lisboa, depois Porto. Muitas pessoas em Cascais não se deslocam a Lisboa e então sentimos que seria proveitoso abrir lá um atelier. E por fim começamos a fazer franchising por não conseguimos chegar a todo o lado. A comunicação, no entanto, é igual em todas as “Maria Modista”. É feita por mim, para que haja coerência de conteúdos e se mantenham todas fiéis ao conceito.
Em termos de evolução da Maria Modista o que vai acontecer daqui para a frente?
A concorrência faz com que tenhamos de estar um passo à frente sempre. As ideias surgem de forma natural, com novos tipos de workshops, já tivemos o livro, agora estamos a pensar em caixas de moldes. Temos sempre ideias diferentes. Como é o caso dos cursos intensivos de fato de banho no verão. No inverno são os tricôs. Tentamos avançar por outros caminhos uma vez que já temos a parte da escola bem estruturada.
Qual é a peça que as alunas mais te pedem para aprender a fazer?
Biquínis e fatos de banho (risos).
E qual é a mais fácil de fazer?
A mais fácil serão uns calções ou um quimono. Mas o que mais gostam de fazer é mesmo os biquínis e fatos de banho (eheh).
E a peça que exige mais trabalho e tempo de dedicação?
Hummm não é bem a peça em si mas a parte da modelagem. Toda a parte do molde exige muita concentração porque tem muito número, muito cálculo, é um processo complexo que tem de ser bem feito para depois se puder cortar tudo direitinho. Um vestido é um dos casos onde o processo todo tem de ser rigoroso para que não aconteçam acidentes. É preciso muita paciência na costura, muita gente pensa que costurar é fácil, e não é bem assim.
Imagina que eu vou à Maria Modista com a ideia de fazer um casaco. O que é que acontece ?
Tu sabes costurar?
N – Eu não sei costurar.
Então o que vai acontecer é que vais fazer uma iniciação à costura e fazer uma peça mais simples, uma bolsa, ou uns calções ou quimono, para te começares a ambientar com a máquina de costura. Depois disso, ou passas para a modelagem ou pegas numa base já feita e vais transformando com a ajuda da professora. Tudo depende do teu processo de aprendizagem e daquilo que tu queres.
No âmbito da costura como é que vês o panorama nacional?
Nós mudamos o conceito da “costura da avó” e abrimos uma escola moderna. Neste momento temos professores com técnicas completamente diferentes de ensino. Coisas que já fogem muito “ao alinhavo”. Eu acho que virou moda. Vejo muito interesse e curiosidade das pessoas em aprender. Está tudo em crescimento, ainda.
She gave up her career in accounting in search of any imaginable way she could transform childhood dreams into a reality. Filipa is the founder of "Maria Modista," a sewing school with a family-like feel that share a passion for creativity and a deep love for the fabrics that materialize this. We went behind the scenes to speak directly with the project’s inspirational founder and got an insider scoop on how the business began and what led to national expansion.
Where does your passion for sewing come from?
Well it all started when I was a child. I used to watch my grandmother sew so I basically learned everything I know from her. All of my dolls clothes were made by me and from that moment on I never stopped using the sewing machine. As I began to get older there was this huge trend of wearing skinny jeans, so I adjusted and tightened all of my pants. My father often traveled for work and he would bring me fabrics from places like Angola and by that time I was already creating my own skirts even without molds. I would sew on the snap closures and would do everything myself without help or someone teaching me.
When I entered into college I decided to major in management which has obviously nothing to do with my more creative side. Once I had enough accounting experience I decided to open my own business focusing on an area that fed my true passion; understandably the first thing that came to my mind was sewing and fashion design.
The school has a mix between a love for sewing and making unique clothing. It began having a family-like feel and concept so we just try to maintain that. Occasionally, some of our previous students just randomly stop by to catch up, which makes it all worth it.
Can you tell us why you choose “Maria Modista”?
The name was chosen during the second attempt and various factors went into it. I wanted a very Portuguese name because it was such a new concept and at the time there were no other sewing schools and wanted to incorporate my grandmother into it as she was the sole reason I’m in this field today. So I thought of the most common Portuguese name, “Maria”, and then in conversation with a friend she said: "Maria costureira*" and I answered, "No! Maria Modista*!" and that's how I named my company.
* costureira means seamstress
*Modista means stylist
Do you create your own clothes? Or do you still find yourself buying them?
Yes, I can honestly say that for the most part I make my clothes. Nowadays I go to the store and think "this is so expensive I can do this at a more affordable price" or “I can do this better like maybe in another color or more attractive style." I absolutely love clothes I'm constantly looking at blogs, magazines, shops, and new trends – my taste reflects on fashion. If I see a dress that I like in a magazine, my reaction would be "ahhhh that’s so cute, I'll make one just like this." So I don’t spend much money buying my clothes at stores.
These day do you feel that there is a bigger need when it comes to learning how to sew?
I wouldn’t necessarily say need but more of a curiosity. When I opened the school I thought it was going to be such a niche market. I thought that I was the only one who wanted to do these kinds of things but suddenly the demand began to grow and I realized that I wasn’t the only one.
Throughout the past few years you have opened schools outside of Lisbon, how did those opportunities come about?
Well it arose from demand, our e-email was constantly full! We were getting inquiries like, "when are you coming to Porto? Cascais?", among many other e-mails. So we decided to open throughout Lisbon then on to Porto. Many people in Cascais don’t even set foot in Lisbon so we felt it would be useful to open a studio there. Finally we started franchising because we just couldn’t reach out to everyone. The communication, however, is the same for all "Maria Modista", we want the social media to have consistency and be faithful to it’s original concept.
What on the horizons for “Maria Modista”?
We always have to be one step ahead of our competition and honestly ideas come naturally with new types of workshops, etc. We also launched a book in the past, and now we’re thinking about selling little boxes with simple tutorials. We continuously have new kinds of ideas - for example our intensive bikini summer courses or our knit courses during the winter. We try to move forward through diverse paths because the structure of the school already has a great base.
Which piece of clothing is most requested?
Bikinis and swimsuits (laughs).
And which one is easier to do?
The easiest are shorts and kimonos but what everyone really loves to sew bikinis (hahah).
Which piece requires the most work and is most time consuming?
Hmmm…well it’s not quite the piece itself but making the pattern. Making the pattern requires a lot of concentration because you have to do a lot of math, it’s a complex calculation process that has to be precise because after cutting everything there’s no turning back. In this context, making a dress can be very tricky and has to be rigorous so that no accidents happen. Sewing is about patience, although many people think that sewing is easy but in reality it requires extreme focus.
Imagine that I go to “Maria Modista’s” studio with the idea of making a coat. What happens next?
Do you know how to sew?
N - I do not know how to sew.
So fist you’ll be introduced to the art of sewing and learn how to make a simple piece, like a purse, shorts or a kimono, just to get you started and adapted to a sewing machine. After that you can either go straight to pattern-making or use a pattern that has already been made that you’ll transform with the help of a teacher. It all depends on your learning process and what you want.
What’s your view on the Portuguese market relating to your business?
We changed the concept of "sewing" it’s not just for grandmothers anymore, in fact anyone can do it and that’s why we opened a modern sewing school. Right now we have teachers with completely different teaching techniques. I think it has really become a trend and I see a lot of interest and curiosity in learning, as of now it’s still a growing business.
@nomalism_lisbon
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